10 de janeiro de 2009

Os Bichos


A propósito deste post, lembrei-me de uma situação que se passou (não foi comigo, não, foi com uma prima, da cunhada duma amiga minha)

Ora, eu sempre tive cães em casa. Quando nasci, já existiam dois exemplares com os quais desde cedo aprendi a viver, a brincar e mais tarde a ter responsabilidades sobre eles.
Mas eu nunca tinha tido animal nenhum para além da espécie canina.

Até que, ao passear numa feira com o namorado da altura, vi uns esquilinhos super amorosos e meti o meu olhar nº 23, à espera que o rapazito reparasse que eu ia gostar mesmo muito que ele me oferecesse um daqueles bicharocos. Ele, que por acaso até nem é muito inteligente, na altura foi e lá vim eu com um esquilo para casa.
Mas das duas, uma: ou o esquilo não me curtia ou então não sei. Logo na viagem do carro para casa, o cabr@o fugiu-me. Por sorte, um vizinho atento e munido de uma camisola conseguiu apanhá-lo.

Mas o gajo era esperto, muito esperto! Durante o tempo que viveu "debaixo da minha alçada", ele planeou a sua fuga, estudando todas as possibilidades ao pormenor. Ora, eu, inteligente que sou, achei que um gaiola de pássaros servia perfeitamente para um esquilo. Meus amigos, não serve!! O bicho aprendeu a abrir a porta da gaiola e simplesmente... fugiu! De ter em atenção que eu na altura morava num apartamento num 2º andar. Fui á varanda e ainda o vi a correr pelo jardim fora. Juro que o gajo (que tinha por nome Baco) parou por 5 segundos, voltou o focinho para trás e largou um sorriso maquiavélico...
Encontrava-me agora numa situação delicada... como é que ia dizer ao namorado que o Baco tinha fugido? Iria demonstrar toda a minha falta de responsabilidade para com uma prenda tão delicada... Não estive com meias medidas: fui a uma outra feira, e comprei novo esquilo para substituir o Baco (meu grande FDP, que ainda me mordeste duas vezes... espero que tenhas sido esmagado pela roda de um autocarro!).


Este novo esquilo, ligeiramente mais sociável que o primeiro, era também mais pequeno, coisa que o rapaz reparou logo. "Esteve a hibernar e emagreceu", disse-lhe eu.


Semanas mais tarde, os meus pais foram de férias e eu fiquei com a responsabilidade de tomar conta duma casa, um cão e um esquilo. Até aqui tudo normal, não era nada que eu não tivesse já feito, à excepção do esquilo (que obviamente continuou a chamar-se Baco, afinal, era exactamente o mesmo animal). O Baco estava hibernado (estava mesmo, a sério) quando os meus pais arrancaram de férias. Nesta altura, eu já me tinha tornado uma expert dos esquilos... um ninho com muito algodão, água e comida e tá feito. Não há nada que saber!
Duas semanas depois, quando os meus pais regressaram, a minha mãe pergunta-me pelo Bicho (era assim que ela lhe chamava). Eu devo ter ficado de todas as cores, corri para casa, para dar com o Baco, esticadinho e rijo que nem um calhau. O gajo acordou da hibernação e nem avisou! Ora, uma gaja não se pode lembrar de tudo, principalmente quando tem 15 anos e montes de coisas importantíssimas para fazer.

R.I.P.
Baco (II)
Tu que nunca foste verdadeiramente um animal de estimação
Nunca serviste para absolutamente nada
A não ser, claro está, passar mais de uma hora a limpar a merda que fazias dentro da gaiola, que era mais que muita e metia nojo a qualquer um.
Morreste à fome e à sede!
Quem te mandou hibernar?!

Moral da História:
Desde então, todos os meus animais têm obrigatoriamente de ser grandes o suficiente e mostrarem-me que estão vivos todos os dias. Caso contrário...
(just kidding)

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